GESNERIACEAE

Sinningia bulbosa (Ker Gawl.) Wiehler

EN

EOO:

804,372 Km2

AOO:

68,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Endêmica do estado do Rio de Janeiro (BFG, 2015). Ocorrência predominante no município do Rio de Janeiro, em diversas localidades, como a Praia Vermelha (L. Mautone 189), Morro Dois Irmãos (Duarte 316), Morro do Focinho de Cavalo (C.N. Fraga 2910), Monumento Natural das Ilhas Cagarras (M.G. Bovini 3626), na Barra da Tijuca (J.M.A. 7102), em Copacana (A.F.M. Glaziou 7730) e o Recreio dos Bandeirantes (A.P. Duarte s.n., RB 85100). Encontrada também no município de Arraial do Cabo, no morro do Atalaia (C. Farney 2438) e na Serra da Tiririca, no Alto Mourão, em sua porção localizada no município de Niterói (G. Martinelli 8520). Apresenta registro antigo para Itaupuaçu, no município de Maricá.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2017
Avaliador: Marta Moraes
Revisor: Rodrigo Amaro
Critério: B1ab(i,ii,iii)+2ab(i,ii,iii)
Categoria: EN
Justificativa:

Erva rupícola encontrada nos afloramentos rochosos costeiros da cidade do Rio de Janeiro, tem EOO=705 km², AOO=64 km², e cinco situações de ameaça. Sua ocorrência estende-se às Ilhas Cagarras, Niterói e Arraial do Cabo e, embora esteja presente em Unidades de Conservação, estima-se que venha sofrendo declínio de EOO, AOO e qualidade do hábitat. A expansão da área urbana formal e informal da cidade do Rio de Janeiro sobre o maciço da Tijuca constitui o principal e mais antigo vetor de transformação da estrutura da paisagem, mesmo em áreas de grande declividade no sopé de afloramentos rochosos (Fernandes et al., 1999). A ocorrência de incêndios no interior e arredores do Parna da Tijuca (Soares, 2008) é mais um fator de deterioração do hábitat da espécie. O turismo e a prática de escalada no Pão de Açúcar e morros adjacentes tomaram maiores proporções nas últimas décadas com o aumento do número de vias de escalada exercendo pressão sobre a vegetação rupícola (Ribeiro et al., 2004).

Último avistamento: 2011
Quantidade de locations: 5
Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em Selbyana 5: 72. 1978.

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Sim
Detalhes: As espécies do gênero Sinningia são populares entre cultivadores por possuírem um pequeno porte e a habilidade de crescer em terrários (Chautems et al., 2010).

Ecologia:

Substrato: rupicolous, saxicolous
Forma de vida: herb
Luminosidade: heliophytic
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Habitats: 1 Forest
Detalhes: Erva rupícola de ocorrência em Mata Atlântica, em Floresta Ombrófila (BFG, 2015). De acordo com registros de coleta, trata-se de uma planta heliófila (C. Farney 2438), saxícola (G. Marinelli 8520).
Referências:
  1. BFG (The Brazil Flora Group), 2015. Growing knowledge: an overview of Seed Plant diversity in Brazil. Rodriguésia 66(4):1085–1113. doi: 10.1590/2175-7860201566411

Reprodução:

Detalhes: Coletada com flores nos meses de janeiro (Andrade-Lima 61-3778), abril (J.M.A. Braga 7102), maio (S.T. Meirelles 21603), junho (Brotto et al. 1684), julho (D. Sucre 953), agosto (L. Mautone 189), setembro (C. Farney 2438), outubro (E.R. Salviani et al. 525), novembro (M.G. Bovini 3626) e dezembro (J.P.P. Carauta 3352).
Fenologia: flowering (Jan~Jan), flowering (Apr~Apr), flowering (May~Dec)

Ameaças (2):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1.2 Commercial & industrial areas habitat,occurrence past,present,future local very high
O adensamento populacional na Região dos Lagos vem crescendo consideravelmente nas últimas décadas, em função, principalmente, de investimentos na infraestrutura de transporte, que facilitou o investimento imobiliário (Davidovich, 2001). As áreas mais afetadas estão localizada nas sedes municipais, ao longo das rodovias RJ 106 e RJ 140 e nas áreas costeiras (Bohrer et al., 2015). A Vegetação de Restinga, outrora existente entre os municípios de Cabo Frio e Casimiro de Abreu, foram praticamente eliminadas nos últimos 20 anos. O principal motivo para essa perda foi a acentuada crescimento de empreendimentos imobiliários e loteamentos que hoje dominam o cenário local (Leme, 2000).
Referências:
  1. Bohrer, C.B. de A., Dantas, H.G.R., Cronemberger, F.M., Vicens, R.S., Andrade, S.F. de. 2015. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Mapeamento da vegetação e do uso do solo no Centro de Diversidade Vegetal de Cabo Frio , Rio de Janeiro. Rodriguésia 60, 1–23. Davidovich
  2. F. 2001. Metrópole e território : metropolização do espaço no Rio de Janeiro. Cad. Metrópole 6, 67–77. Ribeiro, G., Oliveira, L.D. de. 2009. As Territorialidades da Metrópole no Século XXI: Tensões entre o Tradicional e o Moderno na Cidade de Cabo Frio-RJ. Geo UERJ 3, 108–127.
  3. Leme, E.M.C. 2000. Niudularium - bromélias da Mata Atlântica, in: Niudularium - Bromélias Da Mata Atlântica. Sextante, Rio de Janeiro, RJ.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1.1 Housing & urban areas locality,habitat past,present,future local high
Em 1989 a empresa Ubá Imobiliária desmatou e tentou lotear a área conhecida como Córrego dos Colibris. A ação foi denunciada à Prefeitura pelos moradores e biólogos pesquisadores, impulsionando a criação do Parque Estadual da Serra da Tiririca. O intenso crescimento urbano nos dois municípios de ocorrência do Parque Estadual da Serra da Tiririca (Niterói e Maricá) e a falta de políticas públicas engajadas com a conservação da região são alguns dos mais graves problemas enfrentados por esta Unidade de Conservação (Barros, 2008).
Referências:
  1. Barros, A.A.M. de, 2008. ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DA TIRIRICA, NITERÓI E MARICÁ, RJ, BRASIL. Escola Nacional de Botânica Tropical.

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1 Land/water protection on going
Ocorre no Monumento Natural das Ilhas Cagarras (M.G. Bovini 3626).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
13. Pets/display animals, horticulture natural whole plant
As espécies do gênero Sinningia são populares entre cultivadores por possuírem um pequeno porte e a habilidade de crescer em terrários (Chautems et al., 2010).
Referências:
  1. Chautems, A., Costa Lopes, T.C., Peixoto, M., Rossini, J., 2010. Taxonomic revision of Sinningia Nees (Gesneriaceae) IV: Six new species from Brazil and along overlooked taxon. Candollea 65, 241–266.